sexta-feira, 17 de junho de 2011

Redobra recobra

Sois que és branco
E choras pela morte
Que não vem
Morte desejada
Que procuras
Mas
Tu que és benévolo
Que mentis veemente
Que escreves num pasquim
Teus versos de amor
Sorumbáticos
Tu que merecias o penar
Que fez do teu sofrer
A arma mortífera
Da própria amada
Tu que eras o dileto
E tornaste sem ajuda
O predador
Tu que sempre fugis
Feito uma cobra flácida
Da indesejável dor
Tu que perdeste
O que havia de mais indubitável
Dentro de si
Desejas a morte
Por achar que teve muitos amores
Tapa os olhos
Tentando não ver
O flamejante diamante negro
Que o ronda
Tu que já estás morto
Por evadir à luta
Do que é perene
Foges da vida que desejas
Procurando em outros braços
O complemento
Sabendo que entre morte e vida
Tu não vives
Sem vitória em guerra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário