sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Espero-te no próximo vagão

Mesmo que meu amor
Ainda borbulhe dentro
Daquela panela
Que botei pra cozinhar

Já não me cabe sofrer!
Vou me alimentar desse caldo
E servirei à ti
O maior prato.

Se pensas que é
Para nosso lanço se entrelaçar,
Não!

Deixo-te comer com um pedaço de pão
Que é apenas,
Nada mais, eu juro
Para confortar-lhe e esquentar-lhe

Eu preciso apenas
De um olhar teu
Nem toque, nem nada
Meu coração se acalmaria, afinal.

Mas me olhe
Com aquele olhar

Aquele olhar que eu gosto
Aquele olhar que nunca entendi
Aquele olhar que me devora

E depois,
Me devore em pensamento
E me ame
Ame, sem juramento.