sexta-feira, 4 de junho de 2010

Não sei bem quem sou

Se eu disser que lhe conheço, minto.
Se eu disser que conheço alguém, engano-me.
Se alguém ousou dizer que me conhece, mentiu e enganou-se.
Sou mais que um quebra-cabeça de cinco mil peças. Não ouse perguntar quem sou. Do que sei? Eu tampouco sei. Eu sou meu próprio mistério. A cada dia descubro uma nova peça, perdida ou nova. A cada dia cresço. Torno-me cada vez mais difícil. Não há alguém que me revele, que me desvende, que me complete. Há aqueles que deixaram comigo, algumas de suas peças. Há aqueles que destruíram algumas delas. Mas não há aqueles que eu dedico essa complicação, que sou eu. Há dias que sou Isa, há dias que sou Bella, há dias que sou Isabella. Também há aqueles que não sou nenhuma delas, sou somente Eu. Há dias que nos quais eu nem existo, sou apenas uma máscara.
Há dias, muitos dias, meses, quase quatorze anos. Sou a que mais e menos sabe do sujeito "mim". O eu? Quem é esse? É meu?
Não sou somente isso. Sou aquilo, aquele, você, fulano e sicrano. Posso ser amor, dor e magia. Quero ser poeta, dele e este.
Se achas que me conhece, pode ser que sim. Mas não diga que completamente. Diga que conhece algumas peças, que podem transformar-se em conjuntos e sentimentos.
E este nome que me deram? Essa sou eu? Essa é dela? Jamais bela.
Sou louca, pouca, justa. Sou mais complexa que eu mesma.