sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Estupidamente vazio

Respiração já não se ouvia
Coração tampouco batia
Sorriso sem dentes
Olhos molhados
Nada além de casca
Casca podre
Que não serve pra nada
Que queima
Que abandona o rostinho mais sincero
Que pede pra partir e não sabe dizer adeus
Que já não está inteiro
Mas sim, em pedacinhos pequenos
Tão pequenos
Que não significam mais nada...
Pra ninguém.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Não dá mais

Seus cabelos quase dourados
Faz-te brilhar ainda mais...
Em qualquer lugar
E no meu mundo, ah
És tão raro,
Tão reluzente,
Que ele pára
E repara nos teus movimentos.
Sei que pedes num olhar
Que eu te veja estrelar
Um tombo, ou algo mais
Ainda não viu
Que sempre orgulho-me
Do que não é meu
Mas que sim,
Faz parte de mim.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Alucinações da saudade

(Fora escrito com a ajuda do meu querido, Pedro Diniz)

Estou queimando feito em chamas
Minha cama movimenta-se freneticamente
Junto ao meu suor.
Acordo desesperado e lembro do que sonhei
Tudo era tão lindo, e
Enquanto, numa questão de segundos
Você partiu...
Levando as flores despedaçadas
O coração partido
E um solene sorriso de saudade.
Deixando uma dor que já não tem nome
Não tem sabor, e sangra
Sangra o sangue mais amargo e
Engana um coração que precisa de carinho.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ofusco

De repente,
O Sol se fechou.
A luz apagou.
E ele virou as costas.

O mar parou,
Perdeu as forças,
E não sorriu.

Inundou,
Num devasto mundo azul
Com toda lágrima

Que guardava a um tempo longínquo.

De dor, desespero e
Saudade.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um jardineiro negligente

E dessas flores, José
Qual é a mais bonita?

Desvendas num
Encanto partido
A dor serena

Engole-te sem mastigar
Esse amargo gosto de ferida

E você, José
Por que demonstras que não me quer?

Adoça-te a boca
Com outra saliva
Engana-te boba
A malfeita comida

E se o cheio da minha rosa
Não te encanta
Por que me devoras
Num olhar de partida?

Sendo que,
A aurora nos enrola
Tornando-me uma marta
E você, um mastodonte

Tu te entregas
Como um rapaz faceiro
Torna-te impávido
E recita teus versos insólitos

Não negue o teu amor, José
Envolva-te além do espelho

Recorra à flor amarela
Que atrás do monte
Morre...

Morre pela tua frieza.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ela passa

Quando você precisar de alguém pra segurar sua mão,
Verás que já não me encontro ao teu lado.
Quando sentar no silêncio e ouvir teu coração,
Saiba que lá ainda me encontro.
E um dia,
Quando tu caminhares sozinho
Entenderás que eu estou com você
Num lugar profundo de seu peito angustiado.
Num lugar onde eu já não sei sair.
E quando olhares pro céu,
Saiba que olho por você.
Te vejo caminhar,
E te mando minha luz.
E quando perceberes,
Que tudo que te envolve
É proteção do meu amor
Já estarei longe.
Tão longe,
Que serei uma estrela.
A estrela que mais brilha sobre você,
A estrela que brilha seu amor.