terça-feira, 30 de agosto de 2011

De mim para eu mesma

Sentaste curva sob um céu sem estrelas
Pra sentir se o vento algo trazia?
Tiraste a roupa em meio ao frio
Pra ver se calada na calada da noite era tocada?

E se torna-te mulher
Ao parar de em outros olhos ser vista como carne?

E se a lua te trouxesse flores?
Se o vento te cantasse uma canção que te fizesse sorrir?
E se pudesses rasgar essa velha angústia e demasiá-la no concreto?

O se trouxe-te o impulso de ser tão triste
O fracasso da tentativa de criar um sim em meio a um não
Coube-te o silêncio

Que só acompanhava um lindo olhar misterioso
Que tentavas tapar sua fadiga
Em seus dentes quase retos de amargura

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